segunda-feira, outubro 18, 2010

Juizes, sindicatos e soberania

Só num País em que o Poder é fraco e portanto permeável a todos os demais poderes é que titulares de órgãos de soberania possuem organizações sindicais. É mais um aborto deste nosso Estado que não é um verdadeiro Estado de Direito mas sim um Estado de Direitos. Direitos que se usufruem à custa da Democracia e à custa da credibilidade das instituições.
Não é admissível que os Juízes sejam em simultâneo titulares de órgãos de soberania e funcionários. Se são funcionários podem ter sindicatos e serem sindicalizados, se são titulares de órgãos de soberania não podem nem devem ter sindicatos ou sindicalizarem-se.
Os Juízes não podem à segunda, à quarta e à sexta usufruírem das prerrogativas concedidas a titulares de órgãos de soberania e às terças e quintas andarem a reivindicarem aumentos e a vociferarem contra perda de subsídios.
Por outro lado, tendo em conta o facto de serem o únicos titulares órgão de soberania cuja legitimidade não advém do voto dos cidadãos (o que também não é muito aceitável, mas é o que temos do ponto de vista do ordenamento constitucional), que o controlo e fiscalização que é efectuado à sua actividade é feita por eles próprios, em lógica de corporação, e o actual estado da Justiça com a quantidade de erros jurídico-processuais cometidos e atrasos seria bom que fossem muito mais humildes naquilo que pedem ao Povo.

2 comentários:

  1. Caro MNN: a sua análise é, no geral, correcta, excepto quando exprime a opinião de que os órgãos de magistratura deviam ser eleitos. Esta ideia não resiste a alguns minutos de reflexão: para serem eleitos, os juízes e procuradores teriam de encontrar apoios, o que comprometeria a sua independência e imparcialidade, ao tornarem-se vulneráveis às solicitações de quem os apoiasse.
    Eu não iria por aí.
    Manuel Vilar de Macedo (um dos «expulsos» da candidatura de FN...)

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  2. Esse argumento não colhe na minha opinião...mais importante que os juizes são os legisladores e esse são eleitos.A imparcialidade e independência não é algo que se adquira ou não por nomeação ou eleição mas sim pela educação.

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