terça-feira, outubro 19, 2010

A Candidatura de Fernando Nobre: um acto falhado ou um logro cívico?

A candidatura de Fernando Nobre surgiu perante a sociedade portuguesa como uma lufada de ar fresco perante as demais candidaturas presidenciais que estão todas – umas mais do que outras – inquinadas por lógicas meramente partidárias.
Fernando Nobre tem um percurso de vida dedicada ao serviço público em situações de emergência social o que o tornaria capaz de corresponder ao Presidente da República que Portugal precisa no momento dificílimo que atravessa.
Por essas razões é que aceitei, em Março passado, o seu convite para integrar a sua candidatura como membro da Comissão Política Nacional (órgão que nunca reuniu).
Esse facto permitiu-me acompanhar de perto toda a pré-campanha e as várias iniciativas do candidato.
No entanto – e à medida que o tempo passou – cheguei à seguinte conclusão: Fernando Nobre não tem qualquer projecto político consistente, tem um profundo desconhecimento do ordenamento constitucional português, é portador de um discurso político errático e elaborado ao mero sabor das circunstâncias e que foi “convencido” a partir para esta aventura pelo Dr. Mário Soares que viu nele um instrumento de desgaste da candidatura de Manuel Alegre.
Além do mais, percebi que Fernando Nobre constituiu um “inner circle” completamente impreparado para o desenvolvimento e gestão de uma campanha eleitoral, composto por indivíduos, na sua maioria, dissidentes do Partido Comunista Português, portadores do pior que existe em termos da escola e cartilha estalinista, facto que os levou a proceder a expulsões e purgas em relação a todos que, por uma razão ou por outra, manifestaram discordância sobre a forma como a pré-campanha decorre, atropelos que são, por inteiro – nem que seja por omissão – da responsabilidade do candidato.
Por todas estas razões, em Setembro, e através de comunicação ao próprio candidato, afastei-me da sua candidatura.
Considero hoje que Fernando Nobre prestou um péssimo serviço aos movimentos cívicos de intervenção política ao ter sido gerador de uma enorme esperança que a sua atitude defraudou.
A sua “performance” enquanto candidato tem sido de tal maneira caótica que o próprio Dr. Mário Soares se afastou – afastamento traduzido pelos vários elogios que tem feito a Cavaco Silva – sinal evidente que já percebeu que Fernando Nobre nem para “irritar” Manuel Alegre tem condições – basta ver o seu contínuo descalabro nas sondagens.
Por outro lado a sua persistência em manter-se, nesta altura dos acontecimentos, ligado à AMI – misturando de forma habilidosa iniciativas da dita com iniciativas de campanha - é absolutamente incompreensível e capaz de provocar danos irreversíveis à própria instituição.
Tomei conhecimento que na última reunião da sua Comissão Política Distrital do Porto – o documento comprovativo já circula nas redes sociais – foi apresentada uma proposta, apresentada pelo Director Nacional de Campanha (cuja a experiência nestas “andanças”, ao que parece, resulta do facto de ter sido em tempos idos responsável logístico por um dos antigos espaços MASP) de expulsão da candidatura de vários cidadãos que manifestaram publicamente discordâncias, chegando ao cúmulo que nem o mais rígido e obsoleto dos partidos estalinistas existentes se lembrou: expulsar quem já tinha saído.
Fernando Nobre ao permitir por parte dos seus homens de mão estas atitudes acrescenta à sua incapacidade política, perigosos tiques de ditador, revelando-se muito mais uma espécie de caudilho demagógico do que um líder de um movimento cívico fundado e assente na sagrada Liberdade.

2 comentários:

  1. Pois é. Nada que pessoas como Vasco Pulido Valente não tivessem adivinhado desde o início. Eu sou um dos «expulsos», mas apenas lamento ter-me deixado enganar pelo prestígio do nome de Fernando Nobre e ter lutado por uma causa inútil.

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  2. Neste momento (19.10.2010)não sei quem irá ganhar as eleições, se o homem dos tabus se o dito traidor à pátria (segundo os mails k tenho recebido), mas sinceramente nunca acreditei no amorfo Fernando Nobre, porque sinceramente não basta parecer nobre ( ele até de nome é)de sentimentos (a AMI ajuda), pois o homem não tem chama, carisma pra empolgar uma assembleia de pulgas sequer.Creio k a luta vai ser entre o pateta Alegre e o homem do bolo-rei, sendo k a fava vai calhar ao povo português seja lá quem ganhar, ou por outras palavras...tamos *odidos.

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