sábado, abril 17, 2010

Sobre Júlio Pomar

Há cerca de uma década tive o enorme prazer de conhecer pessoalmente Júlio Pomar, quando a propósito da inauguração de uma exposição sobre a sua obra gráfica ele se deslocou ao Forum da Maia. Enquanto anfitrião e muito especialmente enquanto seu admirador incondicional, tive a oportunidade de conversar com ele longamente. Não me recordo exactamente de todos os pormenores dessa conversa, mas o que me ficou gravado para todo o sempre foi a impressão de uma simplicidade genial. Pomar, um artista mundialmente consagrado, revelou-se-me como alguém afabilíssimo, quase estranhamente humilde, muitíssimo culto e capaz de esquematizar verbalmente conceitos e pontos de vista complexos com uma enorme simplicidade. Se até então eu já era um admirador do artista na exacta medida da sua produção, fiquei a ser um admirador do homem na exacta medida da sua dimensão.
Escrevo-vos hoje sobre isto porque na edição desta semana da Revista Única (Expresso), Pomar concede uma entrevista, muitíssimo bem feita por Ana Soromenho, em que as razões que me levaram a admirar o homem aparecem todas – e claramente – expressas. Não a percam.
Deixo-vos aqui algumas frases soltas, por ele proferidas, e que destaquei do dito trabalho jornalístico:~

“Emprenhei sempre pelos olhos, nunca pelos ouvidos”.
“A situação de me armar em fenómeno não me agrada nada. Detesto os Dali de serviço”.
“O acaso é a matemática mais rigorosa que se oferece a cada pessoa”.

Vá...leiam a entrevista.

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