domingo, abril 18, 2010

Onde me sinto bem

Numa sala galeria, profunda, ladeada de espelhos e janelas, um chão de mármore branco, coberto, em longitude centrada, por um longo tapete vermelho.
Nas paredes espadas.
No ar Bach...
Ao fundo uma lareira acesa e por todo o lado reflexos no ouro velho.

Num café antigo, com ventoinhas largas no tecto e ladrihos aos losangos no chão.
As mesas de madeira, com tampos de mármore redondo.
Nas paredes retratos de bela gente já morta.
No ar o som sussurrado de vozes e o cheiro a café fresco.
Ao fundo um balcão longo e um garçon de mil anos.

Num sótão com mansarda estreita, com teias de aranha e muitos baús.
Nas paredes humidade.
No ar fantasmas de quem já foi e persiste em querer ser
Pelo chão fotografias velhas, mesinhas de cabeceira e cadeiras despernadas, livros velhos e um combóio de lata.

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