sábado, janeiro 15, 2011

Sobre o caso "Carlos Castro"

Anda o circo da comunicação social na tournée do caso “Carlos Castro”, fazendo do mesmo uma cobertura inaudita e à custa de mihares e milhares de euros, num relato permanente de não notícias e ainda por cima a dar azo e a fomentar uma evidente perversão dos factos.
Pessoalmente nunca simpatizei com Carlos Castro. Considero-o um mero produto da sociedade chiclete, geradora de banalidades elevadas à qualidade de coisas importantes e que fazem parte da tralha da contemporaneidade. Considero, aliás, um insulto a memória da própria, as constantes comparações que dele fazem com Vera Lagoa. Essa comparação só revela ignorância de quem a faz.
No entanto, Carlos Castro, foi barbaramente assassinado por um homem, que apesar de jovem, não parece ser destituído mental e que já tem idade para saber que não há “almoços de borla”. Até admito que o assassino poderá ter tido um momento de desequilíbrio provocado por uma enorme tensão nervosa, mas isso não elimina o facto que matou um homem muito mais velho, fisicamente débil, não só com violência mas com requintes de sadismo.
A corrente desculpabilizadora que se está a gerar em volta desse homem, alimentada pela comunicação social, é intolerável. O assassino merecerá concerteza compaixão e a sua família solidariedade pelo drama em que se viu envolvida, mas não merece um branqueamento do seu comportamento e muito menos a desculpabilização do seu acto.
Esta comunicação social sabe perfeitamente que não há espectáculo sem catalização dos preconceitos e sem um enorme baile de todos os fantasmas.
Desculpem-me a expressão, mas é tudo uma “boa merda”.

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