terça-feira, dezembro 28, 2010

Ora aí se aproxima a noite em que convencionamos que mudava o ano, motivo tradicional para balanço…

2010 foi um ano importante. Importante porque nos confrontamos com vários factos, que apesar de serem há muito uma evidência teimávamos em não dar conta deles. O primeiro é que o País – e não só o Estado – está falido, uma insolvência de que somos culpados por nos termos endividado muito mais do que deveríamos e não cuidarmos em aproveitar o que temos para gerar riqueza consistente e susceptível de justa partilha, o que é quase criminoso quando – apesar do que dizem – somos um País com vastos recursos naturais (mar, rios, terra disponível, sol, vento, paisagens belíssimas, costa marítima, clima ameno, uma invejável situação geográfica, etc., etc.) e há tantos e tantos países que não passam de desertos mais ou menos disfarçados ou de imensos lodaçais facilmente transformados em enxurradas. A acrescentar a este desperdício de recursos demo-nos ao luxo de desaproveitar o mais importante: as pessoas. Somos gente trabalhadora, com uma capacidade enorme de adaptação às situações mais adversas e cada vez mais preparada técnica e intelectualmente mas que se deixou convencer que é preferível ser subsidiada e sustentada do que ganhar o pão com o suor do seu rosto.
O segundo desses factos é que a maioria daqueles que nos representam não prestam e são o exacto reflexo do nosso desleixo cívico e da nossa capacidade de assobiar para o lado.
O terceiro facto, assenta na evidência de que a quimera da União Europeia foi “chão que deu uvas” e que ainda por cima nos desmantelou o primário e o secundário nos transformou em pedintes ramelosos por tudo quanto é ditadura.
Pode ser que este mau ano de 2011 seja a lição que nos fazia falta...os nossos quase 900 anos, de vez em quando, precisam de um abanãozito...

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