sábado, fevereiro 05, 2011

Sobre a canção "Que parva que eu sou" dos Deolinda

Parece que os Deolinda estão a ter um enorme êxito com uma nova canção intitulada “Que parva que eu sou” onde em jeito de denúncia revelam a difícil situação da maior parte dos jovens adultos portugueses, que apesar de uma boa preparação académica estou reduzidos ao desemprego a ao trabalho precário.
Apesar desta denúncia musical ser verdadeira quanto ao facto de haver muitos e muitos jovens nessa situação, também não é menos verdade que esses mesmos jovens correspondem, muito provavelmente, à geração portuguesa mais e melhor preparada para enfrentar o futuro de sempre, o que não deixa de revelar outro problema bem mais sério que é uma espécie de letargia acomodada, um deixa “andar”, um sentimento intolerável de auto-piedade e um privilegiar do carpir em detrimento do agir.
É verdade que as “coisas” são muito difíceis, o desemprego grassa, a crise económica e financeira é uma realidade atroz, mas também não é menos verdade é que esses mesmo jovens concluíram o ensino universitário, não têm guerra colonial, não têm que passar fronteiras “a salto”, etc, etc.
Há milhões de pessoas no mundo inteiro, que apesar da miséria, da extrema pobreza, da fome e das epidemias, conseguem “dar a volta”, basta ver o extraordinários sucessos do “micro-crédito”. Em Portugal, na Europa, existem muitas possibilidades para o apoio a projectos empresariais submetidos por jovens, ou seja há bastante soluções ao alcance desses mesmos jovens desde que eles se mexam um bocadinho mais. É evidente que nem todos conseguirão ou terão sucesso, mas esses serão com toda a certeza muitos menos do que aqueles que hoje “carpem mágoas e deixam andar”.

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